A criptografia ponta-a-ponta do Whatsapp: O que muda?
Na última semana, o Whatsapp anunciou para todos os seus usuários via mensagem automática que a partir de então as mensagens passariam a “ser protegidas por criptografia ponta-a-ponta”, mas o que isso significa?
Primeiramente, muitos ficaram assustados porque não conheciam a tal criptografia. Porém ela já existia, o que mudou foi a forma que ela é aplicada. Antes, o processo usado dava uma margem para que intrusos interceptassem mensagens no meio do caminho e descobrissem o seu conteúdo. Agora, a mensagem é codificada após o envio e apenas o dispositivo do destinatário ou grupo consegue decodificá-la – Inclusive o próprio Whatsapp, segundo a empresa –. Além de ter reforçado a proteção, a empresa incluiu todos os conteúdos trocados pelo mensageiro dentro dela: áudios, fotos e arquivos agora também são protegidos juntos com as mensagens de texto.
A medida veio a calhar, e segue a tendência que a maioria das empresas de comunicação têm adotado, que é a de proteger os dados dos seus usuários a fim de não abrir nenhum precedente para processos judiciais que exijam a quebra de sigilo dos mesmos. Exemplo disso foi a briga travada entre Apple e o FBI, que tentou exigir que a empresa quebrasse a criptografia de um dos aparelhos por ela fabricada. Outro evento que deu bastante visibilidade ao anúncio foi o elogio de Edward Snowden – que foi o pivô do escândalo envolvendo a NSA e o PRISM – dizendo que a decisão foi importante e que protege milhões de usuários.
Para os usuários que querem conferir como o sistema funciona na prática, a atualização do aplicativo já ativa automaticamente a nova criptografia, exceto para conversas onde algum participante não tem a atualização. Clicando no contato e depois em criptografia pode exibir um código QR para que o seu amigo possa conferir se a chave enviada é a mesma recebida. Caso seja, o aplicativo mostra uma certificação de que a conversa está sendo de fato criptografada, sem interferência de terceiros.